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segunda-feira, 15 de março de 2010

Ser humano

Bem, esse texto não foi revisado, cortado e arrumado. Então vai conter frases mal pensadas e pensamentos mal fraseados. Mas seguirei com minhas palavras do primeiro post e os mostrarei como a mim vieram. (Saibam que em outras conclusões já cheguei e quem em muitas outras ainda chegarei. Mas, por ontem, essas bastaram). Eis:

Vocês entendem que nada seria tão diferente do que é? Se começássemos tudo de novo, a partir do ser humano, tudo chegaria perto do que se é hoje. Por quê? Simples! O início leva a um meio, certo? Um meio, a outro meio, a outro, talvez a um fim. E se o inicio é o mesmo, o meio parecerá o mesmo, ou tenderá a ser tal qual. Sim, temos escolhas. Escolhas que vem de pensamentos. Pensamentos que vem de... sentimentos? Sentimentos que vem de... Do cérebro? Que vem de... Do homem? Somos então todos iguais? Uma espécie x, com células x, cromossomos y, neurônios z, estrutura óssea w. Alterando-se em w's e y's diversos, que nos diferem uns perante os outros. Porém o que nos iguala? O que não sabemos distinguir. Que seria...? O que sentimos? Vontades, ódios, amores, instintos? Curiosidade, ambições, sabedoria? É como a idéia ingênua e infantil de pensar que se pensássemos no próximo, não cobiçássemos tudo, não almejássemos o excesso, o mundo não estaria assim. Você faria diferente? As coisas não começam do todo, do macro. Elas evoluem, crescem, como nossa sabedoria e curiosidade. É como não reagir aos nossos instintos. É como não ser ser humano. Não nos distinguirmos dos outros animais. Somos o que somos por sermos. Gostamos de experimentar, de saber, de gostar. Dou sempre o exemplo banal da banana e da água de coco. Você nasce em um lugar x. Nesse lugar existem pés de banana. Você cuidou dos pés de banana, os cultivou, ficou horas, dias, se empenhando nele, nas bananas. Elas nascem. Você come. Bom. Te saciou. Você ficou feliz por ter gastado tempo, esforço naquilo e aquilo te fazer bem. Sim... Aquilo era seu esforço, seu trabalho. Um dia, fulano 'a' aparece à sua volta (à sua volta e, conseqüentemente, em volta da bananeira, logo, das bananas que você ficou horas, dias, cultivando, e que te saciaram. Bom.) e mostra que tem uma dor na parte do corpo central onde tem um buraco (barriga) que não passa e você assimila à sua dor, que foi passada com a banana que você cultivou. O fulano 'a' então, diz que viu você enfiando a banana na boca e quer saber o que é isso, claro, quer fazer também. Ele pega então a banana e come. Bom... Ele pega mais banana, mais outra, come todas. Sua barriga dói. E suas bananas? Sua barriga ia doer muito até outras bananas crescerem. Você aguentaria? O fulano 'a', então, mostra um coco à você. E come também, e bebe! Você, curioso, faz o mesmo. A dor passa. você quer mais. Quer passar de vez a dor. Ele não tem mais. Porque ele também quer mais. Mas e as bananas que ele comeu? E você gostou mais do coco. Tinha algo líquido dentro. Você não quer mais as bananas. Mas o fulano 'a' também não. Queremos coco! Mas o fulano 'a' que plantou o coco. Gastou horas, dias, cuidando do coco. Tudo bem, partamos do princípio que fulano 'a' não se importe em morrer de fome e dê seus últimos cocos para você. Vocês morrem de fome. Acabaram os cocos, as bananas. O ser humano aceita morrer sem lutar? O fulano 'a' e você, sim, pelo visto. Mas, que seja, morreram. Extinção da raça humana. Fim! Agora, partindo do princípio do que nos diferencia do outros animais, (nosso raciocínio), e junto, ambições, vontades, e sentimentos, você ia querer ter seus cocos por ter tido trabalho os cultivando. Ok. Vamos dividir... Te dou umas duas bananas e você me da 5 cocos. Ok de novo. Partamos do principio que fulano 'a' não se importasse de dar muito mais do que você com suas duas bananinhas magras e ele com seus 5 cocos gordos e pesados que deram horas e dias de trabalho a ele. Você come seus cocos. E ele quer mais banana. Mas e você, quer cocos? Não. Já bebeu e comeu os cinco. Mas ele quer bananas!!! Você vai e dá pra ele suas bananas e pronto? Danem-se suas horas e dias de trabalho despendido na sua plantação querida? Ok, partamos do princípio que sim. Você dá suas bananas a ele. Talvez morressem de fome de novo. Ou não. Que seja. Partimos do princípio de ações bondosas e contra os instintos do homem centenas de vezes e partiríamos mais milhares se o que achássemos estar lidando com, fossem seres humanos guiados não por instintos e vontades, mas por certo e errado. O que de fato não existem até serem criados e taxados certo e errado quando já vivenciado por sociedades ou seres humanos em convivência. Temos que entender que queremos. Que fuçamos. Experimentamos. Duvidamos. Sentimos. Se não o fizéssemos não seriamos seres humanos. E não o seriamos hoje. Fomos tentando ajustar nossas vontades e descobertas e possessividades aos poucos e do modo que julgávamos correto ou menos prejudicial pros outros. Caímos então na troca: de dar 'a' pra fulano em troca de 'b'. Dar 'b' em troca de 'c'. E depois percebemos que talvez fulano não quisesse 'b' em troca de 'a'. Embora você quisesse muito o 'a'. Logo, criamos a mercadoria universal. Aquilo chamado 'y' que serviria para trocar por 'a', por 'b', por 'c'... Assim, fulano não precisaria querer 'a' para te dar 'b'. Ele teria 'y', que garantiria que ele pudesse ter qualquer outra coisa depois. Esse 'y', que hoje vem a ser o dinheiro, poderia se chamar outra coisa, ter outra concepção. Mas foi a forma de igualar tudo que queríamos sem termos que querer 'a' para ter 'b' e vice versa. Assim muitos não teriam o que queriam ou necessitariam. (Morte). Concluindo: não seria diferente porque somos todos seres humanos. Não seriamos diferentes porque somos igualmente diferentes dos outros seres. Pensamos, queremos, sentimos, vivemos. E a partir do momento em que vivemos, queremos continuar vivos. E é a certeza dessa vida e a incerteza da morte que nos rege ao egocentrismo da sobrevivência, e ao poder de nossas necessidades e vontades. Sim, o máximo que conseguimos é explicar com o inexplicável. E que isso nos baste até então. Boa noite irmãos. E que o altruísmo não nos leve ao nosso fim!

Bem, foi esse o texto de ontem. Mas tais idéias não me bastaram. E ao reler o texto e tentar corrigí-lo, me vieram outras idéias na cabeça e, assim, outras conclusões. Que tentei escrever nesses mais micro quatro textos abaixo. Se você chegou até aqui, leia-os. Pois são minhas idéias agora, não as que você acabou de ler.

Vocês perceberam que foram as ações humanas que salvaram os fulanos a e b? Que se fossem guiados pelos seus instintos animais ambos teriam morrido? Somos heróis! Somos bons. Somos o lobo do homem porque os animais são os lobos dos animais. Mas nossa racionalidade nos mantém vivos. Somos anjo e diabo, dúvida e certeza, pensamentos e ações, vontades e fazeres, instintos e conclusões. Assim como Deus escreve certo por linhas tortas, nós também. Na verdade, Deus tá mais pra escrever errado por linhas certas e nós consertando seus erros tendo que entortar um pouco as linhas.

Acho que, na verdade, como animais racionais, fazemos jus aos nossos dois nomes. Parte de nós é instinto de sobrevivência animal e parte racionalidade social. Quando pensarmos em bondade perante o próximo, pensemos que além de humanos, somos seres. Um cachorro não se importaria de comer seu bife.

No fim, a nossa racionalidade não nos destrói, e sim nosso instinto animal. Passar a enxergar a natureza como vilã? Concordo, não é algo tão confortável aos nossos olhos. Um ato bondoso o do ser humano, o de se culpar pelo fim do mundo quando na verdade o fim do mundo já é esperado, e nós, somos apenas um remédio para prolongar sua vida. Eis o homem um herói. Quanto a nós? Que nossa máscara nunca caia, e que nosso lado animal continue escondido por trás de nossa generosidade humana!

Nosso lado bom é nosso lado humano. “O homem é bom, a sociedade o corrompe”, i’’m sorry Rousseau, mas tenho que discordar de você. O homem por seu instinto é mau (se de maldade encararmos o egocentrismo, a sobrevivência a qualquer custo e a ganância de viver). Quando a sociedade se cria, naturalmente, como uma solução contra a extinção, o homem se vê salvo de seu ser. De seus instintos. Passa a se conceituar e taxar certos e errados, bons e ruins, como métodos de preservação social. Métodos de preservação humana. Outro dia farei um texto sobre o taxado certo e errado. I’m tired now.

Me contradisse mil vezes nesse testamento acima. Mas o que seria da certeza se não houvesse a dúvida? O que seria do certo se não houvesse errado? E o que seria do ser se não fosse o humano?