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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

diretora fracassada

minha imaginação cria, inventa, vê, sente.
sou praticamente diretora de cinema, onde minha linha de filmes é, em sua maioria, formada por:
'como seria minha vida com essa pessoa?'
desde o primeiro flerte, paquera, troca de telefones, ou adicionadas no instagram, já imagino como seria conviver com tal pessoa.
admito que vou longe: imagino  a convivência com a família, a rotina de trabalhos, o encaixe da conchinha, o que faríamos no fim de semana.
muitas vezes me afasto do 'biscoito da vez' porque já visualizo que não, não daria certo.
o roteiro não desenrola, o cenário não vai combinar, os personagens não vão encaixar.
mas admito que às vezes acontece o contrário:
não me vejo combinando com tal pessoa e meses depois estou apaixonada.
"como não percebi que tínhamos tudo a ver?"- quando na verdade somos opostos e eu, cega, não enxerguei.
é como se eu mudasse todo o cenário planejado, toda a trilha sonora, todo o elenco só para ter ele de protagonista.
algumas vezes dá certo, o filme seria certamente um best-seller. outras percebo que forço a barra e não saio nem das primeiras gravações.
acontece também de eu encontrar o mocinho perfeito, que aparenta ser minha cara metade em gostos, jeito e pensamentos, mas que o beijo realmente não passa de técnico. mas isso é vida real, cadê a química?
e é essa maldita química que acaba com meus pré roteiros de vida amorosa futura.
é no making of, nos erros de gravação (suspiros não planejados, ciúmes não esperados, saudades não premeditadas) que percebo que não adianta, eu não sou diretora do meu coração.

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

vontade

vontade de deitar junto
abraçado, embolado, colado, calado.
vontade de se sentir amado
desejado, admirado, compreendido, acomodado.
fechar os olhos e enxergar a calma que você me traz
sentir seu cheiro, sua pele, seu cabelo misturado com o meu
nossos corpos se aquecendo, seu braço me entrelaçando, sua respiração me acalmando
vontade de sonhar o mesmo sonho,
beijar
e dormir em abraço, laço
vontade de você
comigo

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

closet


um texto que me vestisse a melhor roupa
desarrumasse meu cabelo com gírias antiquadas
pintasse minha boca de vermelho entre reticências sedutoras
cobrisse meus cílios de rímel como aspas da nossa história que estaria só começando
de novo

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

tapete

eu não vejo a hora de me entrelaçar em seus braços.
pernas.
sentir cada parte do seu corpo tocando o meu. nossas mãos,
dadas. nossas pernas,
enroladas. me aninharei em seu pescoço.
nossos troncos
se esquentarão. meu peito
pousará no seu. não haverá luz, ruído. adormecerei em seus braços
e esperarei não acordar tão cedo...

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Memórias (em breve) Póstumas do Orkut

Sim, passei a madrugada alimentando minha nostalgia e me despedindo do Orkut.
Aproveitei a TPM e as emoções à flor da pele e comecei a analisar meu rol de comunidades.
Logo de cara me deparei com a comunidade "eU dEsEnHo CuBoS". Admito que esbocei um sorriso e olhei para o cubo desenhado para sempre no meu braço. Mais abaixo surgiu a: "Eu quero um All Star amarelo", que sete anos depois ocupou um espaço no meu armário. Continuei rolando a tela, eram 179 comunidades. Algumas certamente serviam para tentar me caracterizar para os outros, para mim mesma: "eu não sou estranha, sou apenas diferente do que você acha normal"; "eu amo dançar"; "Viciados em Filmes e Séries"; "Eu sou hipócrita"; "amo as coisas simples"; "Eu não sei me definir.!"; "Eu escrevo textos loucos" e por aí vai. Outras poderia adicionar agora mesmo nas minhas páginas do facebook: "eu somo placas de carro!"; "filme de terror: eu não morreria"; "Orgasmo intelectual"; "Sinceridade Inapropriada"; "minha avó quer me engordar", assim como as de diversos filmes que ainda amo, de cantores que ainda ouço e de grupos de amigos que ainda estão do meu lado. Continuava a descer a tela e soltava gargalhadas internas: "Paixões: comer, meus amigos... O que uma vírgula não faz, hein?"; "Fica com Deus. Ok, mas só se ele chegar em mim."; "Só caso se for em Las Vegas, bêbada e com um imitador de Elvis gordo como padrinho" ou "Cadê minha carta de Hogwarts? Minha coruja provavelmente pegou gripe do frango e morreu no caminho". Apareciam também aquelas de indiretas para os flertes da época: "POR FAVOR, SURPREENDA!"; "good writing is sexy"; "Vou ao cinema sozinho". Até que finalmente terminei de ver as minhas quase 200 formas de me definir e percebi que por enquanto minha definição de mim mesma se fazia em grande parte fiel. Meus vícios culturais se mantinham, embora com alguns/muitos acréscimos. Minhas filosofias, dúvidas e meus questionamentos permaneciam, embora alguns aumentados, outros saciados, esquecidos. E que certos problemas sociais ainda não tinham sido resolvidos: "Vamos salvar o Cine Icaraí". Reparei que a "Falta momentânea de léxico" continuava a me perseguir em momentos como esse, mas que tudo bem a baleia azul ser a maior do mundo, eu "mudo de assunto, gosto de azul".
E que no fim das contas, "não importa, somos todos iguais".



Obs.: "Aceito Jesus, se deixar Scrap"

quinta-feira, 4 de setembro de 2014




      p   i  .    n       .   g    o . s   
 .          .d       .  e                    .
c  h  . u          ..   v    .     .  a .      .   .

                   g o t a s
                        de    
                s a u d a d e



          

quinta-feira, 14 de agosto de 2014


fujo do frio
me aprisiono em você


domingo, 27 de julho de 2014

desvios

falando em amor
cantei a saudade
sussurrei a tristeza
gritei a raiva
calei a paixão
e não falei de amor

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Sexta-feira

Seus dedos se entrelaçavam em meu cabelo. Traziam meu rosto para perto do seu. Por incrível que pareça meus olhos não olhavam pra outro lugar: fixavam-se nos seus, tão claros quanto os meus. Percebi sua boca se abrindo num sorriso. Sereno. Sensual. E era nisso que eu pensava. Era isso que que eu via. Boca. Lábios. Barba. Aos poucos, ou não tão aos poucos assim, levei minha mão até seu rosto. Deixei meus dedos se misturarem em seus cabelos. Puxei você pra mim. Fiz sua boca chegar perto da minha. Sua barba roçar na minha bochecha. Seus olhos se fecharam de encontro com os meus. Que mesmo estando fechados, pareciam enxergar a vontade que aquele beijo trazia pra todo o meu corpo.

terça-feira, 1 de julho de 2014

uni duni tê

escrevo sobre você
e de você só vem o nós
e de nós só resta o eu
que em mim só pensa nele

sábado, 24 de maio de 2014


sou dia
és noite
somos entardecer


domingo, 11 de maio de 2014

cama

entre nós há nós

terça-feira, 29 de abril de 2014

amizade

embora haja duvida,
sempre acharás certeza em mim
embora haja dor,
sempre tentarei minimizar sua estadia
embora haja solidão,
sempre a ocuparei com minha presença
embora haja decepção,
sempre te confortarei com minha lealdade
embora haja raiva,
sempre estarei aqui para te preencher de amor.

30.03

quarta-feira, 2 de abril de 2014

cartas antigas

quando as palavras fazem sentido e não mais sentir

sábado, 15 de março de 2014

entre,tanto

e assim, de espanto
me abraço com o desencanto
e com ele, num canto
caio em pranto:
não há mais encanto

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Meu primeiro texto pra você

Que ele expresse a vontade de ter aqui do lado
Deitado
Abraçado
Beijado

Inventado

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

"primavera, verão, outono, inverno… e primavera"

meu coração é uma flor.
quantas primaveras serão necessárias para que minhas pétalas desistam de brotar?
elas florescem como se cada primavera fosse a última.
às vezes murcham com o calor do verão.
muitas outras se despedaçam vendo o outono passar.
e algumas mais congelam com a chegada do inverno.
mas o intrigante da minha flor é que quando a primavera chega de novo ela floresce.
mais uma vez.
e parece esquecer que, também mais uma vez, virá o verão, o outono, o inverno.
ou talvez ela não esqueça, só saiba que a primavera nunca deixará de vir.
e, junto com ela, novas pétalas.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

desejos momentâneos para um novo ano

desejo cheiro de chuva
pele no sol
banho de água do mar
gole de água de coco

desejo conseguir ser mais humana
não perder a inocência
ler mais livros
ver um filme que passe a ser um dos meus favoritos

desejo novos conhecimentos
muitos compartilhar
poucos acordar mal humorado
velhos amigos numa mesa de bar

desejo realmente dizer amar todos que amo
trocar olhar
descobrir novas peles
conhecer um pouco mais do mundo

desejo cada vez mais amor
sorrisos brotando das coisas simples
lágrimas que levem dor e tragam força
paixões que pareçam eternas

desejo guardar menos coisas
dormir com pernas entrelaçadas
jogar baralho
andar descalça na grama

desejo mais encontros de família
canções de parabéns verdadeiras e animadas
abraços bem dados
danças de qualquer forma dançadas

desejo acumular memórias
apreciar momentos
ter mais autoconfiança
admirar a lua

desejo alguns banhos gelados
ovos mexidos no café da manhã
telefonemas que criem gargalhadas
palavras escritas que emocionem

desejo ter menos duvidas
tocar sax
falar francês
brindar uma tequila, duas

desejo descobrir novos desejos
beijos lentos
fotos espontâneas
declarações sinceras

desejo na verdade não encontrar mais desejos
completar mais essas três linhas
e dizer o inevitável e esperado
fim.