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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

diretora fracassada

minha imaginação cria, inventa, vê, sente.
sou praticamente diretora de cinema, onde minha linha de filmes é, em sua maioria, formada por:
'como seria minha vida com essa pessoa?'
desde o primeiro flerte, paquera, troca de telefones, ou adicionadas no instagram, já imagino como seria conviver com tal pessoa.
admito que vou longe: imagino  a convivência com a família, a rotina de trabalhos, o encaixe da conchinha, o que faríamos no fim de semana.
muitas vezes me afasto do 'biscoito da vez' porque já visualizo que não, não daria certo.
o roteiro não desenrola, o cenário não vai combinar, os personagens não vão encaixar.
mas admito que às vezes acontece o contrário:
não me vejo combinando com tal pessoa e meses depois estou apaixonada.
"como não percebi que tínhamos tudo a ver?"- quando na verdade somos opostos e eu, cega, não enxerguei.
é como se eu mudasse todo o cenário planejado, toda a trilha sonora, todo o elenco só para ter ele de protagonista.
algumas vezes dá certo, o filme seria certamente um best-seller. outras percebo que forço a barra e não saio nem das primeiras gravações.
acontece também de eu encontrar o mocinho perfeito, que aparenta ser minha cara metade em gostos, jeito e pensamentos, mas que o beijo realmente não passa de técnico. mas isso é vida real, cadê a química?
e é essa maldita química que acaba com meus pré roteiros de vida amorosa futura.
é no making of, nos erros de gravação (suspiros não planejados, ciúmes não esperados, saudades não premeditadas) que percebo que não adianta, eu não sou diretora do meu coração.