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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A certeza do incerto

Eu tenho aquela teoria de que eu sou meu cérebro e de que nada é alguma coisa e ponto. Tudo é incerto, indefinido e mutável, sabe? Então, eu não. Só tenho certezas momentâneas e verdades impostas. Defendo idéias e as quebro logo em seguida. A convicção é ignorante e a maleabilidade (incerteza?) é sem princípios. Tudo é consequência, reação. Viver é consequência (do amor), amar é consequência (de um encontro), morrer é consequência (da vida). E por aí diversas outras consequências, como eu estar escrevendo agora (das minhas idéias). Criamos nossas consequências? Qual a primeira causa da primeira consequência? As certezas são tão convictas e a nessecidade de convicção é tão grande que se tornam inquebráveis verdades incertas (quebráveis). Verdades absolutas que se tornam mentiras. Verdades à tempo e à hora. A terra é redonda. A terra era quadrada. Acreditava-se que a terra era quadrada! Durante séculos o mundo acreditava que a terra era quadrada! Se eu estivesse lá acreditaria. Se você estivesse lá, também. Mas no meu século a terra é redonda. Eu vivo nele. Ele é o meu presente. Essas são as tecnologias do meu século. Assim como aquelas eram as tecnologias do século deles. Assim como a terra era quadrada para eles. Meu século não vai ser sempre presente. Serei passado para séculos seguintes. Seremos taxados antepassados? A terra continuará redonda? Verdades só são verdades quando se acreditam nelas, quando se criam elas, quando há alguém para criá-las ou para acreditar nelas. Verdades só são verdades quando existem mentiras.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

No creo que es(tá)

c ................................................?
a ................................................?
nsadaadasn ..................................?
s.d.......s.a ...........a......................?
ada......nac ...................T.............?
................................e.............m...
..................p................................
............................o........demais....!






Películas de hoy y ayer:
- Um ano sem papai noel (-)
- Match Point (***)
- Coisas de família (*)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

E suas fraquezas

Fernando Pessoa

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.

Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.



Digníssimo Fê.
Falando em deus: passei a não acreditar em deus no momento em que passei a acreditar no homem.


Filmes da semana:
- Peixe grande (***)
- O tempero da vida (*)
- Lua Nova (**)
- Um mundo perfeito (**)
- Planeta 51 (*)
- Cidade dos sonhos (***) [Manual:http://www.cinedie.com/mulholland_dr.htm]

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Sono

queria fazer um poema.
poesia? ode.
a prosa da noite:
boiada exultante roendo nauseantes arcanjos roedores de ônix.
não saem do pasto, posto que é proibido.
grama por grama num gramado ilógico.
agora eu era o peão e o meu cavalo só idealizava inês.
but please, mr. postman, you can always get hight with a little help from your farms!
just go... or wait? mr. postman!
hey hey
hey, hey?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Pensamentos

Palavras que não acompanham pensamentos. Tempo que não acompanha pensamento. Racionalidade que não acompanha pensamento. Lógica que não acompanha pensamento. Um mesmo fim chegado por diferentes caminhos. Unidirecional, porém multi-ramificado. Pensamentos são construídos, transformados, destruídos, trocados, influenciados, tendenciosos, forçados, manipulados, educados, temporários, convictos, espontâneos, impulsivos, prematuros, desafiadores, inoportunos, desconcertantes, mentiras, verdadeiros. São as verdades que aparecem em nossa mente, por mais que sejam mentiras do lado de fora dela. São pensamentos que giram o mundo. A exposição desses pensamentos ou a não exposição deles. O convencimento de um pensamento que passa a ser pensamento de uma maioria que abstrai outros pensamentos em troca do tal exposto. Pensamentos que viram ações. Pensamentos que poderiam virar ações, porém morrem em meio a ondas de pensamentos. Ou por um pensamento repreensor. Pensamentos coletivos. Ditados. Sociais. Repreendedores. Instrutivos? Pensamentos menosprezados. Divergentes. Duvidosos. Apaixonantes. Vergonhosos. Pensamentos. Não há velocidade da luz que o atinja, não há idioma que o defina (traduza). Não há mente que o alcance por inteiro. Porque o inteiro é cada um de nós, e cada um de nós nasce e morre a cada segundo. E o pensamento só morre com a morte do último homem. Que por sua vez não morrerá levando consigo seus pensamentos, levará consigo o pensamento de todos os homens já existentes. Pensamentos são acumulativos, permutáveis, transpassáveis, móveis, instintivos, humanos. Vivemos porque pensamos, logo, existimos. Um cachorro então pensa? Fome, sono, ir atrás da bola. Instintos? Seriam os pensamentos então instintos do homem? Instintos aprimorados? Vontades transferidas em pensamentos. O que veio primeiro? A vontade ou o pensamento? O pensamento é a linguagem da mente? Agimos porque pensamos ou pensamos porque agimos? Pensamentos vagos. Embaçados. Pensamentos visuais. Imagens. Dimensões. Pensamentos auditivos, cheiráveis, palpáveis. Sensitivos. p-e-n-s-a-m-e-n-t-o-s-.

[Seria o pensamento o instinto de agir?]




Filmes de hoje:
- "2012" (***)
- "Número 23" (*)

Filmes passados:
- "Budapeste" (**)
- "Código de conduta" (**)
- "Fale com ela" (***)
- "Meu trabalho é um parto" (-)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Vida

Cor de rosa.




Filme de hoje: "A chave mestra" (**)
Filme de ontem: "A escolha de Sofia" (**)

Livro atual: "Diário do farol"
Livro passado: "Budapeste" (***)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Azul

Well done... Well done... Acabei de decidir dar mais atenção a esse blog. Como sempre influenciada por... coisas, me deparei com tal pensamento: temos que fazer acontecer. E, de fato, nós temos que fazer acontecer, é a nossa vida, certo? Hitler foi Hitler porque ele fez por merecer (ou desmerecer, que seja). Xuxa é Xuxa porque ela fez por onde (literalmente ou não). Não nascemos já prontos, com nosso futuro planejado e feito. Construímos ele da maneira que queremos ou agimos. Conclusão: se eu não der atenção devida ao meu blog, quem vai dar?
E também não sei ao certo o que quero dele e não vou me recriminar por isso! Não sei o que quero do blog, não sei o que quero da vida, não sei o que quero pro almoço, não sei o que quero do amor, simplesmente não sei! E que viva a sabedoria do não saber! Não sei também se vou postar esse texto. Se postei saibam que foi por mais um ataque de: a vida é minha, só tenho uma, e vou fazer o que quero e foda-se o que os outros vão pensar! Tenho estado com essa teoria em mente ultimamente. E ela me agrada, admito. Sempre penso: vou morrer um dia mesmo, e ele(a) também! Mas não é assim né? O que se passa durante essa vida também conta... E não saber sua duração me faz descrê-la! Quem mandou? Aguente minha indiferença!
Já disse que acho que nada é uma coisa e ponto, e que não existe verdade absoluta, porque talvez quiçá exista verdade? E que eu mudo de assunto, gosto de azul? Escrevo seguindo meus pensamentos, então concordemos que escrevo desorganizadamente. Deveria parar com isso, porque a escrita é boa no momento em que organiza os pensamentos! Por sinal, era gaga quando criança! Realmente tenho esse problema de organizar pensamentos... Sempre quis os mostrar nus, como vieram ao mundo e na hora que vieram. Sempre quis mostrar sua veracidade e ao mesmo tempo minha pessoa. Sou meus pensamentos! E isso eu já disse! E tal como eles, sou mutável, indefinida, definida diversas vezes e em diversas formas, decifrável apenas por uma língua e pelo que deixo ser decifrável. Sou o que quero. Passo o que sou. O que penso que sou. O que vocês pensam que eu sou. Sou uma fraude de mim mesma!
Sou hipócrita... E confusa. Mas não me culpo por ser hipócrita (não me culpo por nada né? Estou percebendo isso). Minha educação me levou à hipocrisia, o medo me levou à hipocrisia, a cultura, a sociedade... Sou influenciada desde que vim ao mundo! Levei um empurrão pra sair da minha mãe ou fui retirada à força, um tapa para chorar, e por aí vai... Fui construída através dos outros, da vida. E, obviamente, sou parte do todo. Falo através do que me estipularam como língua para me entenderem, visto o que me deram como roupa para cobrir meu corpo, respiro o que chamam de ar para poder viver..! Não vou radicalizar e resolver falar sons que me saírem à cabeça para não ser entendida, não vou sair pelada quando... por que não sair pelada? As pessoas saíam peladas e certamente o deixaram de fazer por motivos relevantes que não me viriam ao caso questionar e me opor! Acabaria vestida (aposto). E não respiraria outra substância uma vez que essa supre minhas necessidades fisiológicas! Tudo tem um porquê (mesmo que não o saibamos). Logo minha hipocrisia não é vergonhosa ou repugnante, ela é sensata e me basta questioná-la. Sei que ainda tenho muito à interrogá-la e puni-la. Mas aos poucos me entendo com ela e a enfrento da maneira devida. Se o que possuo é ainda vontade, o próximo passo será o agir.
Sim, ainda estou presa na sociedade. Por vontade própria, por única opção, quem sabe? Sou a sociedade, minha vida é a prisão. Como pensei: fugir de um padrão da sociedade já é entrar em outro. Então... Como fugir do que somos nós? Como fugir de nós mesmos? Somos parte dessa sociedade e o máximo que podemos fazer é mudá-la, moldá-la, transformá-la. Abandoná-la? No way.
Conforme Brunas Dias: que nossos blogs tenham mais vida e nossa vida mais leitores. Well done...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Dançar

Fala que se move
Corpo que fala
Movimento que expressa
Expressão que dá corpo.

Braços pernas cabeça mãos pés...
Sinuosos, expressivos, rígidos, leves

Transpassam
Transbordam
Transformam

Leves, rígidos, expressivos, sinuosos
Pés mãos cabeça pernas braços...

Corpo que se expressa
Expressão que dá movimento
Fala que encorpora
Movimento que fala.

,dançam!

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Beijo

Era como se eu nunca antes tivesse amado. Meus pés batiam no chão com insistência, trêmulos, fingindo não relembrarem da última vez em que tentei relutante e inutilmente os impedirem. Nossas bocas ainda não se tocavam. Não, apenas nossos dedos calorosos, trêmulos, por minha parte, rígidos, pela dele, nos conectavam. Mentira. Nossos olhos... Nossos olhos se tocavam. Nossas pupilas dilatadas pela falta de luz tentavam captar o máximo que transparecia do que não podíamos falar. Não conseguíamos. Eu não teria força para olhá-lo nos olhos por mais muito tempo. Meu tato e minha visão não estavam funcionando muito bem juntos. Meu tato clamava por mais atenção. Meus olhos se fecharam e passei a vê-lo com o toque. Senti-lo. Seus dedos deslizaram dos meus. Seu cheiro perfurou minhas narinas como se seu leve movimento o tivesse levado até elas. Queria engoli-lo, mastigá-lo. Saborear seu cheiro. Não apenas senti-lo. Meu tato novamente tomou o controle. Não conseguia mais respirar. Meus pêlos foram de um em um se arrepiando enquanto seus dedos passeavam pelo meu braço direito. Caminhavam paulatinamente, como se sem pressa e com esforço de controle. Já estava tonta. Sem ver, sem ar. O som da respiração tomou conta dos meus pensamentos. Ouvia cada inspiração forçada minha e cada expiração excitada dele. Sua boca se aproximava da minha orelha direita. O toque entre elas despertou meu olfato e soltei o ar pela boca. Aliviada e desesperada. Meus olhos não se mexiam. Fechados. Minha boca aberta agora encontrava seus cabelos. Pretos. Lisos. Macios. Meu coração me entregaria a qualquer minuto, bastava nossos troncos se colarem. Primeiro as mãos, os braços, boca-orelha. Muito em breve, troncos. Tentei me concentrar em diminuir meus batimentos cardíacos. Respirar devagar. Era isso. Que tentativa estúpida! O cheiro do seu cabelo entrou pelo meu nariz como uma tora em chamas e meu coração explodiu mais do que antes. Sua mão alcançou meu quadril. Sua boca escorregava mais lenta e vagarosa que antes para meu pescoço. Minha boca ficava livre de seus cabelos. Ar. Respirei fundo. Não sabia quando ia ter a oportunidade de fazê-lo de novo. Sua boca se fechou no meu pescoço. Soltei o ar mais rápido do que esperava. Suas mãos se fecharam na minha cintura. Fortes. Rígidas. Era agora. Meu coração saltava feito saltimbancos. Minha respiração já estava descontrolada, desritmada, excitada. Ele puxou meu corpo contra o seu. Com a mão esquerda me apertava contra seu corpo, com a direita segurava, firme e gentilmente, meu pescoço. Cuja boca, que momentos antes ali se deliciava, se rastejava novamente para meu ouvido direito. Já não tinha mais controle sobre minhas ações. Meus instintos me guiavam. E me sinto confortável em tirar a responsabilidade de mim e culpá-los. Sua voz doce, rouca e baixa sussurrou algo salgado em minha orelha. Não ouvi. Ou não consegui processar o que as palavras tentavam dizer no momento. Meu cérebro trabalhava em outros campos naquela hora. Era sua mão deslizando para abaixo da minha cintura. Eram minhas mãos se cerrando em volta dos seus pulsos. Não reprimindo seus movimentos, impulsionando-os. Era minha boca aberta procurando por oxigênio que parecia composto apenas por gás carbônico porque não me dava fôlego e parecia me deixar mais tonta que antes. Era meu corpo, que ainda tremia. Tentei voltar com minha cabeça para frente, fechar a boca e achar minha voz que parecia ter se perdido pra sempre. Mas ela parecia muito pesada, ou talvez as mãos dele em torno do meu pescoço não a deixavam se mexer. Ainda bem, realmente não havia encontrado minha voz. Comecei a tentar retomar o controle da situação. Abri os olhos , abaixei a cabeça tirando a mão direita dele do meu pescoço com a minha mão esquerda e tentei forçar minha vista a enxergar alguma coisa. Sua mão esquerda ainda estava na alça da minha calça, onde minha mão direita repousava trêmula. Ele abriu os olhos, o que provou que antes eles também estavam fechados. Suas pupilas aumentavam aos poucos. Seus olhos marrons iam se apresentando com desejo e calma. Já os meus pretos deviam passar excitação e desespero. Sua boca estava entreaberta e parecia úmida, ainda talvez dos beijos calorosos em meu pescoço. Sua blusa branca permanecia no mesmo lugar, apenas um pouco mais amassada que antes. Algo me fez perceber que ela não deveria mais estar ali, o que fez meus braços perceberem que também não deveriam mais estar ali, o que fez minhas mãos saírem dali e irem para lá. Levantei sua blusa calmamente. Como se precisasse de total concentração, meus olhos se fecharam novamente, deixando em minhas mãos minha total atenção. As mãos dele, agora livres, entrelaçaram meu rosto. Minhas mãos pararam e meus olhos se abriram. Estava próximo. Seu rosto se materializava a poucos centímetros do meu. Podia sentir seu hálito, sua respiração. Meu coração não cabia mais em mim. Minha mão descansou na sua barriga agora metade descoberta. Suas mãos em meu rosto me puxaram para perto do dele. Minhas mãos puxaram seu corpo para perto do meu. Primeiro os narizes. Depois bocas nas bochechas, queixo, bochechas, boca, queixo. Deslizavam leves em movimentos vagos, lentos. Roçavam um nos outros de passagem. Se desencontrando de propósito e se encontrando por necessidade. Até que só boca com boca. A leveza deu lugar à pressão. Pressão de sua boca sobre a minha. Ambas fechadas, quentes. Esfriadas logo em seguida por sua língua, macia, delicada. Que passou pelo meu lábio inferior como se o contornasse sem sair das linhas. Que foram totalmente perdidas por nossas mãos. Sua blusa já não cobria mais seus peitos e minhas mãos a seguravam nas costas rente a seus ombros. As mãos dele estavam abaixo das minhas axilas suspendendo minha blusa até meus seios. Minhas unhas entravam em sua pele. Uma por uma eu ia as arrastando ao longo de suas costas, mas logo as subi e as prendi em seus ombros mantendo a sua blusa para cima. Nossas barrigas se encostavam. Nuas. Sua língua não mais encontrava meus lábios e seu lábio inferior se afastava do meu. Aos poucos. Não suportaria tal distância. Meus dentes se cerraram em torno dele em uma tentativa delicada, porém brusca. Os suguei para mim como se sempre me tivessem pertencido. Tentei amortecer a dor com minha língua, que lentamente escorreguei pela parte do seu lábio que se encontrava dentro da minha boca preso pelos meus dentes. Vagarosamente fui os soltando, até que por vontade própria seus lábios se forçaram aos meus se abrindo e abrindo, junto, os meus. O buraco que se formou entre nossos quatro lábios abertos foi logo preenchido por línguas fugazes e famintas por contato. Macias, molhadas, sincronizadas. Suas mãos acabavam de deslizar pelas alças da minha blusa que já se encontravam perto dos meus cotovelos. Minhas mãos, por sua vez, se viam pelo seu rosto. A direita agarrava seu cabelo, o entrelaçava com força, tentando obter o máximo de contato possível com seu corpo, fio por fio esmagado dedo por dedo. A esquerda deslizava pelo seu pescoço, como se o apoiasse em meio aos movimentos do maxilar vindos do nosso então beijo. Era como se eu nunca antes tivesse beijado. Era como se eu já o beijasse há anos.

sábado, 24 de outubro de 2009

Dúvida

A certeza do ser humano é o incerto. A dúvida. A morte é a dúvida. Viver a vida, viver a morte, morrer a morte. A incerteza leva ao conforto. O conforto da certeza incerta. As mentiras convictas de verdades desconhecidas. De fato verdades? Há verdade, mentira, certo, errado? É difícil de se dizer sendo humano, vivendo humano, pensando humano, pensando português, pensando línguas, pensando pensamentos humanos. Tudo à volta sendo criação humana. Como fugir do que é humano? Como se desvencilhar do que nos cobre e nos esconde do que não nos é perceptível, quando o que nos faz existir nos restringe a ele? Para que saber? Se quer tanto saber o início quando só se acredita saber um fim (que não se sabe que início gerará). E, de fato, só existe fim porque existe começo e vice-versa. Como tudo no mundo. Ou nao? Só existe distância porque já houve a aproximação. Só existe dor, porque já existiu a não dor. O amor, porque já existiu o ódio. O esmalte, porque existe a unha. São complementos. Que se aproximam. Chegando à aproximação dos opostos, uma vez que um só existe por conta do outro. Logo, se chega à pergunta: e o oposto do homem? Do que dependemos? Natureza? Somos opostos? Um só existe se o outro não existir? Fomos feitos para mais uma vez acabar com a natureza para esta se transofrmar mais uma vez e evoluir da sua maneira? Somos todos fases da evolução da Terra? A destruição que leva ao novo início? Podemos dizer também que o ser humano depende um do outro. Seríamos então opostos entre nós mesmos? Realmente seria o homem o lobo do homem? Nossos instintos e pensamentos meios da nossa própria extinção? E o mundo? Depende de quem? Das tranformações? Da evolução? Dos personagens que agem sobre essas transformações? Sentido... Sentido de olfato, paladar, tato... Sentido de semântica, definição, sentido de explicação. Qual o sentido da vida? Vida? What the hell is life? Por que precisa fazer sentido para a gente acreditar? Por que precisa fazer sentido para a gente viver? Somos tão crentes assim? Aceitemos de uma vez a dúvida! Aceitemos de uma vez a ignorância da inteligência! Porquês, porquês... São porquês sem respostas e ter respostas nem sempre é o melhor caminho. Palavras que me limitam. Aaaah palavras que me limitam. Pensamentos não tão limitados que transbordam e secam rápido demais. Palavras gordurosas que grudam e demoram para sair. Sufocada pelo mundo, pelo homem, pelas criações do homem, pelas certezas que não existem.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

O porquê do blog, do título, do dia; porquês.

Ao mesmo tempo que organizarei minha idéias e não mais perderei minhas escritas de mim mesma, poderei perdê-las para outros. Mas é um risco que prefiro correr. Não escrevo só para mim, escrevo para não só passar idéias para o papel, como também para outras idéias. Misturá-las, confundí-las, substituí-las, uní-las, quebrá-las. Compartilhá-las. Não sei se vou levar adiante esse blog, ou por quanto tempo vou levá-lo. É uma experiência. Que como toda outra pode dar certo, errado, ou nenhum dos dois. O título! Bem, o título me veio à cabeça no momento e o aceitei pelo fato de ser minha mente posta em escritas. O 'x' por sua vez vem como um multiplicador. Sim, sim, o símbolo matemático de multiplicação. Primeiramente eu me interesso pela matemática e suas operações, e segundo, a ordem dos fatores não altera o produto, o que se encaixa perfeitamente no caso da mente e da escrita. Minha mente estará escrita, minha escrita muitas vezes mentirá e até mesmo minha mente mente. Escreverei o que penso, deixando claro que o que penso nem sempre é verdade, e que a verdade do que penso pode não conseguir ser expressa em palavras que escrevo. Não encarem o 'x' então como versus, e sim o contrário, como um símbolo de interdepenência entre o que pensamos e o que passamos. E concordemos que de nada adiante pensar para si mesmo... O dia? Talvez influência do horário de verão, talvez pelo tédio do sofá, pelo calor, por influências externas, por mera mudança de rotina, ou pela esperança de encontrar o dom da minha vida, a escrita! Pensar e agir, pensar e escrever! E por que não hoje?