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quinta-feira, 30 de abril de 2015


hoje eu acordei apaixonada por você

terça-feira, 14 de abril de 2015

25 anos de sonho e de sangue e de américa do sul

prestes a fazer 25, paro para pensar o quanto já vivi nesse um quarto de século. já aprendi a andar, a falar, a chorar, sorrir, criar afeto, desapegar, conhecer, esquecer, lembrar, amar, odiar, ou achar que amo, que odeio. já aprendi a aprender, a desaprender, a ter hábitos, a forçar hábitos. a compreender os outros, a não compreender ou não me esforçar para tal. já aprendi a ter religião, a deixar de ter, a falar inglês, espanhol, a achar que faria curso de francês, italiano e mandarim. já dei o primeiro beijo, o milésimo; já namorei, desnamorei, namorei de novo. já tive uma banda, criei uma pedra, salvei formigas. já aprendi a dirigir, arrumei um emprego, dois. já fiz economia, cinema, teatro, continuo na dança. já virei talvez mais de 500 tequilas, comi macarrão na itália, mc donalds em nova iorque, x-tudo na porta do goa. já viajei de carro, de avião, de navio e espero, em breve, de bicicleta. já subi no palco do cavern club, assisti shows do Paul, tive um peixe chamado prudence. já vi milhares de filmes, li 60 livros da agatha christie, me viciei em no mínimo 20 séries. já usei freio de burro, camisinha, pijama na rua. já imaginei tocar, pisar em lugares que ninguém nunca tocou, pisou. já imaginei como seria viver nas casas que eu olhava, imaginei como seria ser outro. já ganhei da minha avó no buraco, perdi na sueca na faculdade, zerei mario world com meus primos. já questionei a existência humana, o modelo econômico mundial, o preço do gudang. já colecionei brindes do kinderovo, gelokos, coleciono copos de tequila. já chorei por não ir pra hogwarts, por não conhecer sandy e junior, por despedidas. já aprendi que odeio despedidas. já fui no maracanã, no coliseu, na casa de centenas de pessoas. já abri e fechei diversas portas, convivi, mesmo que por pouco tempo, com diversas rotinas, tomei café da manhã, lanchei, almocei. já tive músicas preferidas, músicas de viagens, de grupos de amigos, de namorados. já achei que aquele era pra sempre, depois que aquele outro, depois que nenhum, quem sabe ele? já toquei flauta, guitarra, bateria, partes do meu corpo. já plantei feijão no copo com algodão e tenho esse blog. imagino que seja como plantar uma árvore e escrever um livro. tenho três quartos de século para ter um filho.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

madrugada

Abro os olhos aos poucos. Confesso que reluto em voltar para a realidade. Sinto o vento, fraco, soprando a cortina e arrepiando meus pelos. Ouço o silêncio da vida lá fora; deve ser madrugada. Meus olhos vão aos poucos se acostumando com a escuridão. Lembro da sua companhia pelo seu cheiro. No travesseiro, na colcha, em mim. Te vejo. Analiso suas costas, sua nuca, seus cabelos, desgrenhados. Percebo que meus pés estão entrelaçados com os seus. Tenho medo de me mexer e ao mesmo tempo uma vontade de te acordar me possui. Continuo no dilema. Minha mão passa a querer te acariciar. Deslizo meus dedos por suas costas. Vou contornando sua silhueta, passo pelo ombro, braço, ombro, nuca. Subo sem pressa para seu cabelo. Me perco nele e sem querer puxo um pouco você para mim. Minha boca alcança seu pescoço. Nossas pernas já se confundem. Sua mão procura pela minha e você me aperta. Te acordei. Você vira para mim. Nossas pernas continuam encaixadas, nossos troncos se encostam. Vejo, em meio a noite, seu sorriso. Você me beija. Mergulhamos mais uma vez em uma noite repleta de nós, escassa de roupas.