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quarta-feira, 8 de abril de 2015

madrugada

Abro os olhos aos poucos. Confesso que reluto em voltar para a realidade. Sinto o vento, fraco, soprando a cortina e arrepiando meus pelos. Ouço o silêncio da vida lá fora; deve ser madrugada. Meus olhos vão aos poucos se acostumando com a escuridão. Lembro da sua companhia pelo seu cheiro. No travesseiro, na colcha, em mim. Te vejo. Analiso suas costas, sua nuca, seus cabelos, desgrenhados. Percebo que meus pés estão entrelaçados com os seus. Tenho medo de me mexer e ao mesmo tempo uma vontade de te acordar me possui. Continuo no dilema. Minha mão passa a querer te acariciar. Deslizo meus dedos por suas costas. Vou contornando sua silhueta, passo pelo ombro, braço, ombro, nuca. Subo sem pressa para seu cabelo. Me perco nele e sem querer puxo um pouco você para mim. Minha boca alcança seu pescoço. Nossas pernas já se confundem. Sua mão procura pela minha e você me aperta. Te acordei. Você vira para mim. Nossas pernas continuam encaixadas, nossos troncos se encostam. Vejo, em meio a noite, seu sorriso. Você me beija. Mergulhamos mais uma vez em uma noite repleta de nós, escassa de roupas.

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