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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Pedaço de papel, 2010

O silêncio trazia consigo uma característica que me encantava: a sabedoria do não saber.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Já foi o tempo em que o reconhecimento pelas minhas idéias valiam mais que as idéias em si.

sábado, 17 de novembro de 2012

Os


Já não me importam os livros não lidos
Os filmes não vistos
Os amores não tidos

Já não me importam os casos perdidos
Os copos vazios
Os sim tantos dias não ditos

Já não me importam os caminhos fechados
Os passos mal dados
Ou os amores calados

Já não me importam nem sequer os ados
E fim.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Como posso saber o que sou se nem ao menos ainda deixei de ser?
(Vou sendo a cada instante...)

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Braços seus que se fariam meus
Cabelos
Pernas
Lábios
Que de beijos transformariam desejos
Em pele
Cheiro
E o que mais me trouxesse perto de você
E de mim

Seja meu ao menos por hoje
(E no máximo pra sempre)

sábado, 15 de setembro de 2012

Confirmar nossa própria identidade se torna um vício.
Deixe-se levar pela confirmação não confirmada.
Dificulte a afirmação, facilite o questionamento.
Mas não me pergunte por quê.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Complexo

A imaginação
Refletida
É real
E reflete
A realidade
Imaginada

terça-feira, 31 de julho de 2012

ainda

se meu coração ainda bate por
você ainda mora dentro de mim
to para mim mesma sem pés
o que cada palavra sua significava para cada um
dia sem você não existe no meu dia
rio, você não passa como os dias fazem
do meu calendario data fixa
ação procurando pelo seu gosto
só é o seu beijo, que é boca
do molhado e macio, sua presença se faz amarga como sal
dá de longe dessa dor das outras que senti
mentalizo você sempre perto de mim
to. sim
to.

Abril 2012

quinta-feira, 19 de julho de 2012

simplesmente complicados


por que todo conceito é um conceito?
fico imaginando o quão parecidos nós somos ao ponto de criarmos verdades universais.
vocês nao veem?
por exempolo, por que não se socializar é algo ruim?
só viver com a cara no computador, não falar ao vivo, não olhar ao vivo, não sentir o cheiro, não tocar?
por que?
"que pessoa anti-social"
e por que ser anti-social é 'errado'?
porque o ser humano nasceu para ser um ser sociável?
porque existimos para procriar e continuar existindo? então essa falta de afeto e proximidade nos extinguiria?
ou, se quiserem, outro exemplo: por que saber as coisas ou ser inteligente é algo bom? porque somos criaturas curiosas e devemos representar essa curiosidade de forma a compreendê-la e desvendá-la ao máximo? mas por que?
e se não saber, apenas viver, for tão bom quanto?
até porque toda duvida só existe se há uma verdade, senão não existiria a duvida em torno dela. mas aí vocês questionam já sabendo que alguma coisa vão encontrar? alguma resposta vão obter?
então não questione! ou questione o questionamento. ou não.
às vezes parece que já nascemos de fábrica com conceitos pré-estipulados e verdades pré-concebidas.
matar é errado. assim como roubar.
amar é ótimo. odiar é feio.
família é a base de tudo. (e talvez por isso também o que nos destrói)
amigos são para a vida toda.
comer bem é importante.
tentemos ser imortais!
mas se pararmos pra pensar, quanto mais ordens impormos para nós mesmos, maior é a probabilidade de nos decepcionarmos com nós mesmos. se já estipulamos que amar é o maior bem do homem, quando não amamos nos odiamos. e se odiar é feio, já pecamos em duplicidade! por não amar e por odiar não amar.
e quem não tem familia? ou quem deixa de ter?
que buraco na vida dessa pessoa, não? porque o esperado é se ter familia! você veio de alguém!
que vida infeliz... e a infelicidade é feia!
sempre sofremos em duplicidade?
e se você perde amigos, se afasta, o que há de errado com você?
porque alguma coisa há de ter. o ser humano é sociavel! queremos o bem do próximo e queremos ele perto da gente!
olhem quantas condições nós criamos e quebramos ao longo do tempo!
e percebo que vivemos disso!
nos decepcionamos porque nos deixamos decepcionar.
ficamos tristes porque construimos tal felicidade.
somos tristes por sermos gordos, porque decidimos aceitar/estipular que ser gordo é ruim.
somos deprimidos porque não somos sociáveis, porque é uma verdade nossa que ser sociável é a condição humana.
vivemos unificando as sensações e desejos humanos a ponto de seguir esse conceito geral de ser humano quando muitas vezes a verdade está apenas dentro da gente.
ou pelo menos poderia estar.
em parte.
tentamos achar coisas em comum entre todo ser humano pra poder taxá-las como fixas e princípios, quando na verdade tudo não parte da peculiaridade do que há dentro de cada um de nós.
mas não digo que não somos iguais.
não sou louca de ir contra a ciência e as características que nos designam homos sapiens sapiens.
não só as fisiológicas como as que nos são intrínsecas.
somos seres pensantes, fato, e isso nos torna inevitavelmente em seres errantes.
e duvidosos.
somos complexamente simples.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Para você resumido

e quando penso que penso por mim
seu olhar me diz o quanto penso por nós dois

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Espelho

Sinto lhe dizer que és mais eu do que pensas
És mais meu do que sentes
E menos seu do que queres ser

É com pesar que lhe informo que são meus os seus passos
Que são seus os meus trajetos
E nem meu nem nosso os nossos retornos

Infelizmente lhe falo que nada aqui dito é meu
Nada aqui refletido é o que enxergas
E muito menos o que tentas entender

Com certa relutância lhe admito que não és e nunca serás
Porque se és em mim como sou ao mundo
Me és
E eu, nada sou

(3/5/12)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

nada é tão complexo a ponto de não provir da mais simples explicação.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Para você

Não basta seu olhar me distrair
e não digo que me distraio de você,
me distraio do mundo
porque, mesmo que por alguns segundos, meu mundo é o seu olhar
E então me vejo presa aos seus lábios
meu olho, minha boca.
e dos seus lábios não restam pensamentos, nem dor
dos seus lábios só restam mais lábios, que não se bastam
E assim meu corpo procura pelo seu
e quando penso que ele se sacia ao enfim te encontrar
eu me perco mais e mais
e acabo por me afogar na imensidão da sua humanidade
Porque você é um pedaço de mundo
um pedaço, raro, do que há de humano no mundo
e é essa sua simplicidade,
essa ingenuidade do todo,
que me fazem a cada dia querer explorar mais desse seu mundo que já faz parte do meu.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Sou o branco

É incrível como a cada dia vejo o quão menos me faço de mim.
como amadureço essa falta de personalidade própria em diversos eus que me rodeiam.
e fico cada dia mais tranquila.
não me perco dentro de mim, talvez dentro de todos vocês.
não me vejo sem caráter, sou apenas o que sinto e sou.
não me julgo, senão eu não seria.
e não espero que teceiros não me caracterizem. reconhecemos, fato.
mas se hoje me disserem que não me conheço, penso: pelo menos sei o quanto me conheço (ou que não e conheço).
pior seria me encontrar daqui a uns anos e ver que não sou nada do que parecia ou imaginava ser.
estou aberta a mudanças.
eu sou a mudança.
e quem tenta permanecer e acha que assim se encontra, está apenas se posicionando em um campo seguro de definição.
e como a definição nos tranquiliza... como sabermos, ou acharmos que sabemos, nos fortifica e dá a impressão de aí sim sermos algo.
porque como ser se não sabemos que somos?
mas eu arrisco ser sabendo que não sou.
porque sendo eu, sou eu. apenas.
mas não me sendo, sou você, eu e ele.
e não poderei me julgar, me criticar ou o que quer que seja.
pois não terei parâmetro.
quer jeito mais fácil de viver?
e por mim, já basta me chamar Bruna.
que lhes satisfaçam essa definição de mim.
quanto à mim verdadeiramente, continuarei a procura de mais eus que me completem ou me desencaixem, mas que me façam ver quantos eus ainda cabem dentro de mim.

Ela e eu

E quando deito e minha mente se afasta daquilo que durante todo o dia me roubava a atenção... não, eu não relaxava.
Ela ainda assim recorria a você.
E não me pergunte como era sempre você, ou por quê.
Ela (ou eu?) parece ter uma fixação pelo seu rosto, pelo seu cheiro, pela sua risada.
Ela (ou eu?) não esquece seu gosto, sua pele ou sua falta.
Sua falta é tão presente que ela te traz para mim a cada minuto.
Ela insiste em confundir tons de vozes com o seu, mãos com as suas, piadas com as nossas.
E ainda me faz não me achar em outro. Me deixa sozinha mesmo em meio à uma multidão de pessoas. Até eu não me basto.
Ela frisa e me faz frisar: cadê você?
E eu tento, eu corro, eu durmo, eu beijo, eu fujo.
Mas ela te tem com ela.
E então eu também te tenho.
Mas esse te ter não me completa e ela insiste em me fazer sair aos pedaços por aí.
E assim eu vou caminhando. Eu, ela.
E você.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Ser poeta

Queria ser mais romântica
Saber escrever sobre amor e sobre a solidez do que sentimos insólito
Queria poder confortar o outro com um sentimento em comum
Com aquele reconhecimento da dor, ou aquele riso de amor correspondido
Queria transbordar emoção
E saber transformar essa avalanche em ondas de palavras mansas, nadáveis
Se fosse revolto, seria mar
Se calmo, um lago
E saberia transpor todas essas metáforas e metonímias em textos poéticos
E faria da minha poesia, sua
Da minha dor, a sua
E do meu amor, o nosso
Entraria em você como você mesmo
E você não saberia que era você, mas seria
E encontraria em mim sua resposta, sendo que estava sempre em você o que procurava
Caminharia pelo caminho que já havia percorrido sem reparar
Como queria ser essa corrente que apenas te levaria para a mesma fonte...
Você.
E quando somos levados a nós mesmos...
Eis a maior felicidade de encontro
Ainda mais carregado pelos seus braços.

domingo, 1 de abril de 2012

Utopia anti-heróica

Indubitavelmente claros.
Nunca vi tamanha vontade de expor a verdade. Tamanho louvor pela autenticidade e pelo "sou assim e pronto". Qual a razão por essa mudança de idolatria? Pelo embelezamento do ser diferente, do ir contra as regras, do não seguir estereótipos e diretrizes sociais? Estamos a cada dia fugindo do comum, do esperado e do homogêneo. Parecemos saturados das fantasias, do escondido, do suspense, da beleza do fingir saber.
Hoje em dia é bonito admitir ter defeitos, é bonito expor suas fraquezas, é bonito ir contra o que todos acham bonito. Hoje em dia o que vale é questionar, mesmo que não se saiba o que.
É, diga-se de 'estadia', admitir que não se sabe.
O mundo suplica pela exposição do que nem mesmo nós conhecemos de nós mesmos.
O mundo quer transparência, quer humanidade, quer palavras novas. O mundo quer parecer mundo. O mundo quer parecer igual pela diferença. Quem não quer ser único?
Quem não É único?
O mundo quer ser simplesmente ele mesmo. E em meio a esses milhões de eu mesmos ser um. E é isso que no fundo somos. Nossas diferenças e igualdades são unas. Embora roupas, cultura, bens, gostos, afinidades, escolhas, vontades; somos pele. Somos coração, fígado, rim, pulmão. Somos cérebro, sentimento, angústia, vontade, prazer. E disso, não podemos nos distinguir.
Somos humanos, porra. E até a porra nos iguala.

idolatria brechtiniana

- é um pássaro? é um avião?
- sim.

quinta-feira, 22 de março de 2012

De pernas a patas e cabelos a antenas

E então já não eram cabeças ou braços e pernas.
Eram o que? Seriam patas, antenas, asas?
E era tão menor... Mas não era assim que eu me lembrava.
Não era... Ou era?
Parecia marrom, ou verde?
Já não enxergava mais. Ou já não queria enxergar?
Mas sei que não era assim. Ao menos acho que sei.
Tudo mudou tão de repente. Como as coisas mudam tão de repente? Por que?
Tenho certeza que era um corpo, com cabelos. Sim, agora tenho certeza!
Mas que certeza é essa repentina? É mais vontade de ter certeza.
Mas como posso me esquecer disso?
Agora só vejo algo pequeno... Na verdade não vejo mais. Admito.
E era tudo tão lúcido. Era tudo tão certo. Ou não?
Se era, como não é mais?
Nem eu mais me vejo. Não sou pernas, braços e cabelos.
Sou...
Sou... Sou talvez antenas, patas e asas.
Sim, sou asas, antenas e patas. Talvez pra você.
Somos os mesmos para nós, e outros mesmos ao olhar do outro.
Sou braços para mim, asas para você.
Eis patas para mim, pernas para você.
Mas embora patas, braços, antenas, pernas, asas, somos simplesmente e unicamente os mesmos.
E não há palavras que nos definam.
Embora sempre tentemos.
zzz.

Ainda sou pernas e braços, e sei, no fundo (e no raso) que você também.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

e lá foi o ser humano
e voltou somente o ser
que ao pisar, logo virou
e nos deixou, sós.
nada de ser humano

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Antítese

Como posso te dizer que a culpa é da sua pele?
Não, do seu cheiro.
Tudo bem, não culpo seu perfume, mas por que seus olhos inistem em me olhar?
E não é só o modo como você me olha, é a intensidade. A cor, o brilho.
Por que esse olhar inocente?
A sua boca ainda por cima sorri. E esses lábios, macios, resolvem se separar e expor seus dentes brancos e alinhados. Como se você não fumasse.
E não ri, por favor. O som da sua risada me mata. Me conforta mas me mata.
E quando você me puxa, me aperta e sorri como que dizendo: ri comigo?
Está tudo muito próximo. Sua pele na minha, seu olhar no meu, seu hálito no meu rosto.
E quem disse que eu quero rir?
Me solta. Mas você não percebe. Você simplesmente continua sorrindo e me abraça.
E esse abraço.. Esse abraço... Dá pra encostar menos em mim?
Dá pra encaixar menos no meu corpo?
Não quero sentir seu coração ao encostar minha cabeça no seu peito.
Não quero me confortar nos seus braços. Nem fechar os olhos com seu cafuné.
Você não percebe?
Não me toque, não me chame, não me olhe, não respire, não sorria...
Dá pra não existir?
Eu não suporto mais te ter comigo.
Eu não suporto mais fingir que está tudo bem.
Eu não me suporto mais.
Você não percebe?
Ao menos, deixa eu fingir...

sábado, 28 de janeiro de 2012

O movimento é a poesia do corpo, a libertação da alma.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Vivemos

E assim, vindo não se sabe da onde, a gente passa a perceber que a vida, que a gente, é muito mais do que nosso corpo, nossa mente, nossos bens, nossos julgamentos, nossas ideias.
a vida, mesmo que nossa, não está nas nossas mãos. não depende só da gente.
e mesmo que isso amedronte, pareça tirar o poder que um dia julgávamos ter, isso nos encanta.
porque essa vida nao é minha, é nossa.
é minha, sua, dele.
e mesmo que se perca parte do corpo, que se perca seus bens, a sanidade, a ética, alguém vai estar com a gente. ou, pelo menos, estaremos aqui.
e esse é o maior bem de todos.
é poder saber que se teve, se perdeu. mas saber.
é saber que sofreu, foi feliz. mas saber.
então mesmo que se esteja na merda, pelo menos se está. então a merda parece menor.
e isso é belo.
e não é que eu tente enxergar coisas boas em momentos ruins.
eu apenas não os vejo como ruins.
se alguma coisa boa ele me traz, sorrio. e percebo como essa parte, mesmo que pequena, pode se sobressair a todas as outras.
e como tudo um dia passa e se transforma na felicidade do ter passado e poder enxergar como passado o que se fazia presente.
e tudo vira felicidade.
As lagrimas do palhaço que fazem sorrir a platéia.
A tristeza que leva à plena alegria.
A de compreender que tanto a felicidade quanto a tristeza, são belas.
São lágrimas, basta você escolher como querer classificá-las.
O palhaço que chora, faz sorrir e no fundo, sorri para si mesmo.
Até mesmo sua tristeza faz sorrir.
Somos eternos palhaços e espectadores.
No fim, lágrimas para felicidade.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Se me revelo, me/te perco
Desmancho em pedaços de eus
que partem à procura do eu que te tinha
E então eu me tenho
Revelada e não minha,
Mas sua.

21/10/2011

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A paixão é cega

Ela estava ali, segura. A cada passo que eu dava, ela estava comigo.
Não sei como esse conforto veio a acontecer, como esse apego se deu.
Só sei que não me via mais andando sem ela.
Ela já parecia fazer parte de mim, se encaixava perfeitamente ao meu corpo.
E por mais que todos naquela altura já a tivessem jogado fora, eu a queria manter comigo.
Não sabia o por que. Não sabia de que forma ela me satisfazia.
Mas ali estava eu, e ela.
Ficamos um bom tempo caminhando juntos.
Literalmente de mãos dadas.
Como era prazeroso senti-la.
Seu toque era tão sutil, macio...
Tive muitas oportunidades de descartá-la. Mas não o fazia.
Queria prolongar aquela sensação, mesmo sabendo que era preciso nos separar.
As chances daquilo acabar com respeito, da melhor forma, não só para nós, mas para todos, estavam acabando.
E foi com pesar que essa chance surgiu: laranja, apoiada em um poste.
Me aproximei. Ainda um pouco relutante, encarando o destino cruel que daria à nossa tão curta relação, abri minha mão e com um movimento rápido lancei-a a seu novo destino.
E foi só então, quando nos desvencilhamos e já me afastava da lixeira, que percebi que de fato não era a pipoca que me proporcionava tal sensação.
Era a manteiga.
E essa, ainda estava na minha mão.

Da vida um espetáculo

Ali estava o vidro. E refletido nele, eu. de longe, mas eu. e no fundo a cidade. parte dela. o morro, 3 predios, antenas, ceu, nuvens. (que belo azul singelo).
e sobreposta aos predios, em uma proporcao que faria minha cabeça do tamanho de no minimo 7 andares do predio, a minha cabeça. e então vejo algo estranho. por alguns segundos meu coração acelera. seria um vulto? algo além de minha cabeça reflete no vidro. em movimento. espirito?
bem atras de mim. ali. eu vi... ou nao?
não. é fumaça. do outro lado do vidro, do outro lado da imaginção, alem do reflexo.
é apenas fumaça.
e em mim, plena fantasia.

e é nesse momento totalmente rotineiro, banal, que percebo que tentamos, a todo esforço, fazer dos momentos, sonhos, do comum, o extraordinario, e de uma simples fumaça, uma materialização de um ser de outro mundo.

mas minha cabeça continua do tamanho do prédio.