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quinta-feira, 22 de março de 2012

De pernas a patas e cabelos a antenas

E então já não eram cabeças ou braços e pernas.
Eram o que? Seriam patas, antenas, asas?
E era tão menor... Mas não era assim que eu me lembrava.
Não era... Ou era?
Parecia marrom, ou verde?
Já não enxergava mais. Ou já não queria enxergar?
Mas sei que não era assim. Ao menos acho que sei.
Tudo mudou tão de repente. Como as coisas mudam tão de repente? Por que?
Tenho certeza que era um corpo, com cabelos. Sim, agora tenho certeza!
Mas que certeza é essa repentina? É mais vontade de ter certeza.
Mas como posso me esquecer disso?
Agora só vejo algo pequeno... Na verdade não vejo mais. Admito.
E era tudo tão lúcido. Era tudo tão certo. Ou não?
Se era, como não é mais?
Nem eu mais me vejo. Não sou pernas, braços e cabelos.
Sou...
Sou... Sou talvez antenas, patas e asas.
Sim, sou asas, antenas e patas. Talvez pra você.
Somos os mesmos para nós, e outros mesmos ao olhar do outro.
Sou braços para mim, asas para você.
Eis patas para mim, pernas para você.
Mas embora patas, braços, antenas, pernas, asas, somos simplesmente e unicamente os mesmos.
E não há palavras que nos definam.
Embora sempre tentemos.
zzz.

Ainda sou pernas e braços, e sei, no fundo (e no raso) que você também.

Um comentário:

  1. o nosso redor é apenas o reflexo distorcido do nosso interior
    distorcido pra qm nao sabe nao perceber
    nao escondo informaçao
    caixa d'agua cheia vaza pelo ladrao
    aqui qm escreve é o pagode
    nao entendeu ? nao me liga, mas se sacode

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