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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

relatos selvagens de um segundo mês sem tomar pílula

meus dedos deslizavam por suas costas. minhas unhas dançavam sobre sua pele. iam de cima pra baixo, de um lado a outro. lentamente alcançaram sua nuca, seus cabelos. se perderam em meio aos fios pretos, bagunçados. meu corpo chegou mais pra perto do seu. minha mão alcançou sua barriga. meus dedos agora vagavam por seus músculos. por seus peitos. ao mesmo tempo que desciam, minha boca começou a beijar suas costas, seu pescoço. meu corpo se juntou ao seu, meus peitos se espremiam em sua pele. meus lábios e minha língua permaneciam entorpecidos por sua nuca, enquanto minha mão ultrapassava, dedo a dedo, a sua cueca.

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

o mal da sociedade contemporânea

quem tem fome tem pressa
quem tem medo também

chuvas só têm barulho porque batem em uma superfície

tédio.
fechei os olhos e ouvi os pingos, que batiam em superfícies diversas: chão, janela, ar condicionado, carros.
não que chuva seja sinal de tédio, não que tédio seja um sinal.
abri os olhos e me deparei com cores em tons pastéis: branco, bege, marrom claro, vinho desbotado.
não que tons pastéis sejam sinal de tédio, não que tédio seja um sinal.
abri a boca e perguntei sobre o que escrever a uma amiga na varanda: tédio.
eis que chuva é sinal de tédio, assim como tons pastéis.