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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Antítese

Como posso te dizer que a culpa é da sua pele?
Não, do seu cheiro.
Tudo bem, não culpo seu perfume, mas por que seus olhos inistem em me olhar?
E não é só o modo como você me olha, é a intensidade. A cor, o brilho.
Por que esse olhar inocente?
A sua boca ainda por cima sorri. E esses lábios, macios, resolvem se separar e expor seus dentes brancos e alinhados. Como se você não fumasse.
E não ri, por favor. O som da sua risada me mata. Me conforta mas me mata.
E quando você me puxa, me aperta e sorri como que dizendo: ri comigo?
Está tudo muito próximo. Sua pele na minha, seu olhar no meu, seu hálito no meu rosto.
E quem disse que eu quero rir?
Me solta. Mas você não percebe. Você simplesmente continua sorrindo e me abraça.
E esse abraço.. Esse abraço... Dá pra encostar menos em mim?
Dá pra encaixar menos no meu corpo?
Não quero sentir seu coração ao encostar minha cabeça no seu peito.
Não quero me confortar nos seus braços. Nem fechar os olhos com seu cafuné.
Você não percebe?
Não me toque, não me chame, não me olhe, não respire, não sorria...
Dá pra não existir?
Eu não suporto mais te ter comigo.
Eu não suporto mais fingir que está tudo bem.
Eu não me suporto mais.
Você não percebe?
Ao menos, deixa eu fingir...

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